Como professor de Ética e Filosofia na Universidade do Estado de Santa Catarina e profissional que está no mercado todos os dias, muitas vezes me causa espanto ver certos ‘profissionais’ com a nefasta mania de querer se aproveitar das situações. O que me aborrece é perceber que a prática está em todo lugar: em um simples serviço, pelo qual muitas vezes pagamos a mais, até em grandes negociações envolvendo bilhões de reais. Temos que extirpar da sociedade esta conduta mesquinha e atrasada de querer levar vantagem em tudo ou ganhar mais do que deveria.
Um caminho é voltarmos a fazer reflexões simples, como a finitude humana. Temos começo, meio e fim, por isso é necessário construirmos nossa história em cima de valores que vão nos defender contra nós mesmos, contra a nossa consciência. O filósofo francês Luc Ferry, afirma: “Somos os únicos seres vivos que tem consciência plena que a nossa vida tem fim. Então porque não fazer desta existência a melhor experiência de todas? Que legado queremos deixar?” Vale a reflexão.
A crise ética e moral que passa a sociedade brasileira tem que ser amplamente discutida. Aí está a verdadeira explicação para os movimentos sociais que estamos percebendo nas ruas: a luta contra este status quo. Chega de manipulação, de egoísmo. A ética nos negócios, na vida em sociedade, deve ser defendida. Nem tudo que queremos e podemos, devemos fazer. Desvios de conduta não serão mais aceitos.
O comportamento ético certamente trará resultados positivos e duradouros e podem levar a uma nova ordem. Que a vida, que os negócios sejam bons para as partes envolvidas, e que tenhamos direito apenas àquilo que conquistamos. O que não é nosso, o que foi desviado ou enganoso, não nos pertence. É para este caminho que devemos dedicar o nosso talento.
por Octavio René Lebarbenchon Neto – Presidente Executivo ADVB/SC
